terça-feira, 6 de setembro de 2011

DÓLAR COMPLETA QUINTO DIA DE ALTA E VALE R$ 1,658

SÃO PAULO – O dólar comercial completou o quinto pregão seguido de alta, maior sequência de valorização do ano, mas não teve força para fechar acima da linha de R$ 1,66.
No fim da tarde as compras perderam força e a moeda fechou a R$ 1,658 na venda, ainda assim, valorização de 0,48%. Na máxima o dólar marcou R$ 1,668, alta de 1,09%.
Cabe lembrar que cerca de um mês atrás, o dólar testava mínimas não vistas desde 1999 na casa de R$ 1,53. Nesse intervalo, o preço da moeda subiu 7,87%. Com isso, a perda do dólar no ano se reduziu a 0,48%.
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o dólar pronto avançou 0,91%, para R$ 1,661. O volume negociado no dia somou US$ 219,25 milhões, contra US$ 228 milhões no pregão anterior.
Também na BM&F, o dólar para outubro operava com alta de 0,87%, a R$ 1,669 antes do ajuste final, mas chegou a R$ 1,678.
A formação de preço continua alinhada com a instabilidade do quadro externo. Quanto maior a aversão ao risco, maior a demanda por dólar. O Dollar Index, que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de moedas, subia 0,86%, a 75,90 pontos. Já o euro caía 0,72%, a US$ 1,399, menor preço desde meados de julho. 
Além do vetor externo, também está em pauta a perda de atratividade do real frente outras moedas emergentes conforme o Banco Central (BC) deu início a um ciclo de corte de juros.
A redução da taxa se soma a outros entraves à apreciação da moeda brasileira, como as medidas tomadas pelo governo no decorrer do ano para limitar posições vendidas (apostas pró-real) tanto no mercado à vista quanto futuro.
Em relatório, os economistas do Bank of America Merrill Lynch notam que dependendo de como e em que velocidade a taxa de juro cair no Brasil, o real pode passar por um período de fraqueza nos próximos meses.
“No entanto, é justo assumir, neste momento, que a perspectiva de menores retornos [nas operações com o real] sugere que a moeda deve ter um desempenho pior em comparação com uma cesta de moedas emergentes”, escreveu a instituição.
Hoje, por exemplo, o peso mexicano ganhou da moeda americana. O dólar australiano perde para o dólar americano, mas menos que o real. Já o rand sul-africano perde mais do que a moeda brasileira.
Mercado futuro
Olhando para as posições no mercado futuro, o pregão de segunda-feira marcou uma virada de mão do estrangeiro. Pela primeira vez desde janeiro, o não residente saiu da posição vendida (aquela que ganha com queda do dólar). No pregão de ontem, o não residente voltou comprar contratos de dólar. Com isso, a posição líquida passou a ser comprada (ganha com alta do dólar) de US$ 5,7 milhões.
Mas se colocarmos na conta a posição em cupom cambial (DDI – juro em dólar), a posição do estrangeiro ainda é francamente vendida. A “aposta” no real ainda está em US$ 14 bilhões.
Enquanto o estrangeiro compra dólar futuro, os bancos vendem. Com isso, a posição vendida das instituições financeiras em contratos de dólar subiu a US$ 1,28 bilhão. No entanto, os bancos ainda têm estoque total comprado em cupom cambial de US$ 7,592 bilhões. Disso resulta uma “aposta” no dólar de US$ 6,3 bilhões.
Câmbio externo
A Suíça, que já tinha ingressado na “guerra cambial” ao adotar medidas para conter a valorização do franco suíço fez uma ofensiva bastante agressiva hoje. Institui um piso para a variação do euro/franco em 1,20.
Ou seja, o banco vai gastar o que for necessário para manter esse preço mínimo. Em comunicado, o Banco Nacional Suíço disse que “não vai mais tolerar” uma taxa de câmbio euro/franco abaixo de 1,20.
A reação não poderia ser outra. O euro disparou quase 9% ante o franco, encostando na “paridade”. A moeda suíça também caiu cerca de 10% ante o dólar.
(Eduardo Campos | Valor)

Comentário
E se mantendo esse crescimento na valorização do dólar, pode comprometer às vendas de produtos natalinos.

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